Transição capilar é sobre beleza? Também. Mas é, antes de tudo,sobre liberdade.

Quando penso na minha história com o cabelo, penso numa história de espelhos: o que eu via e o que eu queria ver. Por muito tempo, essas imagens não batiam. Na infância, cresci sem referências. Nas novelas, nas capas de revista, no que diziam ser “bonito”… não havia ninguém com o meu tipo de cabelo. Resultado? Alisei pela primeira vez aos 11 anos. E continuei assim por oito anos. Durante todo esse tempo, minha autoestima foi moldada por um padrão que não me incluía. Mas aí chegou a pandemia — e com ela, uma pausa forçada. Sem poder ir ao salão, comecei a redescobrir meu cabelo e, com ele, redescobrir quem eu era. Mudei todo o meu algoritmo, que antes era lotado de influenciadoras de cabelo liso, para perfis que falavam sobre cachos e transição capilar. Então, pra mim, foi muito natural decidir: “vou passar pela transição”. Tive muito apoio da família e amigas, mas também ouvi comentários negativos. Só que nada, absolutamente nada, me fez desistir. Depois de um ano sem alisar, exatamente no dia do meu aniversário, decidi fazer o Big Chop — o famoso corte das pontas alisadas, pra deixar só a parte natural. Não ficou 100% cacheado, mas eu me senti eu mesma novamente: com uma beleza única. O maior desafio? Aprender a cuidar. O cabelo alisado era prático, e o cacheado exige mais tempo, carinho e atenção (mas vale cada segundo, viu?). Nos primeiros anos após o Big Chop, eu finalizava de qualquer jeito e me sentia bonita mesmo assim, independente dos comentários alheios. A beleza que eu enxergava vinha de dentro. Aprendi que cuidar do cabelo não era só vaidade ou estética — era um ato de amor-próprio. Algo que só eu poderia fazer por mim. Desde então, não abro mão do meu “banho premium” haha. Hidratação, nutrição, umectação… tudo com calma, com música boa e com amor. Se tem uma dica que eu posso te dar de coração é: nunca subestime o poder de uma boa umectação! Cabelos cacheados, por natureza, são mais secos e, como a oleosidade natural não chega com facilidade até as pontas, a gente precisa dar uma forcinha. A umectação nada mais é do que aplicar bastante óleo (sempre vegetal, viu? Como o de semente de uva ou abacate — reparador de pontas não faz o mesmo efeito!) no comprimento e pontas do cabelo. Deixa agir por no mínimo 2 horinhas, dá até pra aplicar e ir treinar, ou passar à noite e lavar no dia seguinte. O resultado? Cachos mais saudáveis, brilhosos, nutridos e super definidos. Testa e depois me conta! Representatividade importa. E transforma. A gente cresceu ouvindo que nosso cabelo era ruim. Chamavam de bombril, diziam que era sujo, cheio de piolho… A verdade é que muita gente da minha geração começou a vida tentando esconder quem era, tudo por causa de preconceito e falta de informação. Mas hoje a história tá mudando. A gente tá vivendo uma revolução: nos vendo representadas, ocupando espaços que antes pareciam impossíveis. Talvez o momento mais simbólico dessa jornada tenha sido quando uma criança cortou o cabelo se inspirando no meu. Ali eu entendi: me reconhecer vai muito além de mim. É sobre isso. Sobre mostrar pra meninas pretas e cacheadas que elas podem se amar desde cedo. Que não precisam se moldar a nada. Que ser quem são já é lindo o suficiente. Fico muito feliz em ver que “cabelo cacheado está na moda”. Me sinto extremamente realizada ao ver tantas mulheres assumindo seus cachos e as passarelas cheias de afrodescendentes. Tem sido lindo ver o interesse crescente das marcas por modelos e criadoras de conteúdo com cabelo cacheado. Hoje, quando escuto alguém dizendo que meu diferencial é o cabelo, eu sorrio. Porque eu sei de onde eu vim. E sei o quanto lutei pra chegar até aqui e me amar como sou. E claro, meu estilo acompanhou tudo isso. Quando assumi meus cachos, comecei também a ousar nos looks. A moda deixou de ser uma forma de me esconder e virou uma forma de me expressar. Encontrei nas tranças, nos penteados e nas colorações aquilo que eu tanto buscava: a liberdade de ser quem eu quiser. Sem rótulos! No Pinterest, tenho várias pastas com inspirações de penteados pra cada rolê. Transição capilar não é só sobre estética. É sobre escolha. É sobre se ver com outros olhos. É sobre ser livre. Como embaixadora da A&D, eu quero te lembrar: você pode. Você merece se reconhecer, se amar, se expressar. Hoje, representar a Arrasa e Devolve é uma forma de mostrar que estilo tem tudo a ver com autenticidade, com se vestir como você realmente é.E eu tô aqui pra te convidar a viver esse processo com a gente. Explorar seu estilo, seu cabelo, sua beleza com leveza e verdade. Vem comigo nessa jornada? Continue nos acompanhando aqui no blog e, se quiser trocar ideia, tirar dúvidas ou só bater um papo sobre esse processo, me chame no direct: @branquinhosarah. Esse espaço é nosso. Pra aprender, trocar e se fortalecer! 💜✨

Dragão Fashion Brasil e o papel da moda sustentável no Nordeste.

Quem já tentou montar looks para o DFB sabe: é um desafio! Em anos anteriores (2022, 2023 e 2024), eu mesma já me desesperei procurando roupas fashionistas que representassem o que eu queria transmitir. As que eu amava estavam fora do meu orçamento e, sendo sincerona, eu sabia que usaria uma vez só. Este ano (DFB 2025), decidi fazer diferente. Vou montar meus looks com a Arrasa & Devolve, uma plataforma que entrega moda consciente de verdade: peças lindas, estilosas, acessíveis e com um toque especial — o atendimento com personal stylist. Já estou ansiosa e animada com as escolhas que vêm por aí! Alugar roupas tem sido uma solução prática, sustentável e empoderadora. Me ajuda a experimentar novos estilos sem comprometer o planeta e ainda posso inspirar outras pessoas com peças quecontinuam circulando por aí, vivas em outros corpos e histórias. Quando a moda conta história Nas edições anteriores do DFB, um desfile que me arrebatou foi o da @insta.da.baba. Nunca tinha visto uma coleção que carregasse tanta cultura, que contasse a história de Fortaleza e representasse o Ceará com tanta verdade. Não era só sobre estampas, era sobre pertencimento, arte e identidade. A moda local tem esse poder: ela emociona, representa e transforma. 1 Fotos: Roberta Braga e Thais Parahyba Minhas atitudes de moda mais consciente Nos últimos tempos, comecei a fazer escolhas mais conscientes em relação ao meu consumo: Por que o Nordeste é um celeiro criativo? Mesmo não sendo nordestina de nascença, afirmo com propriedade: essa é a região mais criativa em que já vivi. Aqui encontro cultura, força, talento e muito incentivo à arte. O DFB reflete isso! Dá espaço, apoia, investe. E faz diferença real na economia criativa local. E pra quem acha moda consciente “sem graça” ou “difícil”… Eu diria que… a ignorância é uma “bênção”. Hahaha, brincadeiras à parte, só posso dizer: você precisa sair da bolha. Quem estuda um pouquinho sobre o impacto da indústria da moda no planeta e na vida de tantas pessoas jamais chamaria o consumo consciente de “difícil” ou “sem graça”. Moda consciente não é sobre escassez, é sobre liberdade. É sobre escolhas que respeitam o planeta e quem vive nele, sem abrir mão de estilo, autenticidade ou criatividade. E a Arrasa & Devolve tá aí pra provar isso todos os dias: com peças lindas, acessíveis e pensadas pra vida real. Moda com propósito, pra quem já entendeu que dá pra se expressar com estilo e ainda fazer a diferença. A moda pode ter propósito e estilo. Se você acredita em uma moda que representa, transforma e comunica, me acompanha lá no Instagram @branquinhosarah! Vou compartilhar meus looks do DFB (todos alugados com a parceria incrível da Arrasa & Devolve), bastidores e minhas reflexões sobre como vestir a moda de forma consciente e autêntica. 

Lindebergue Fernandes vai desfilar uma coleção sobre o cotidiano do trabalhador brasileiro no DFB 2025 e nos fala um pouco sobre isso, com muito mistério.

Se existe alguém que sabe como o DFB funciona de cabo a rabo, esse alguém é Lindebergue Fernandes. Em 2025, ele desfila pela 23ª vez no maior evento de moda autoral da América Latina. Quando perguntamos como ele se sente em participar, mesmo já sendo um rosto mais que conhecido no evento, Lindebergue responde: “Me sinto muito honrado e realizado. Um sentimento enorme de gratidão!” Mesmo com essa bagagem gigante, Lindebergue encara os bastidores, provas de roupa e o casting com a mesma adrenalina de um estreante. “É bem tenso”, ele confessa. “Sempre tem alguma coisa para ajustar, refazer… Uma modelo que você ama, mas não está no seu casting, o styling que, às vezes, sente falta de alguma peça… são várias camadas de sentimentos.” A gente sente daqui a tensão e o amor envolvidos no processo. Perguntando, super curiosamente, sobre as inspirações e temas da coleção que o estilista vai apresentar, ele emocionou na resposta. Lindebergue responde: “Este ano, a coleção tem um olhar para os CLTs, PJs. Um retrato do cotidiano de milhões de brasileiros, do caos da ida ao trabalho; das angústias que envolvem vocação x ofício, por exemplo.” Pedimos um spoiler dessa coleção que nos deixou muito curiosas, e o estilista avisa que vai ter, na passarela, muito “brilho tecnológico e upcycling”. A gente nem ama isso tudo aqui na Arrasa e Devolve, né? Pedimos para o Lili (apelido carinhoso meu para um dos meus ídolos) como ele definiria a coleção em três palavras.Lindebergue responde: “Inadequação; corpo; desaceleração.” A coleção, com o nome “Quem?!”, desfila no Dragão Fashion Brasil no dia 14 de maio (primeiro dia de evento), às 20h, na Sala 1. Esperamos vocês nesse desfile emocionante.